quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Contrastes

  • Fora de casa

   O Outono já se acostumou mas o sol brilha lá fora como um pote de ouro no final de um arco-íris. As minhas vizinhas aproveitam para estender as suas batas e os pombos aproveitam para lhes cagar em cima, tal como fizeram com os meus calções há umas semanas atrás. 

  • Dentro de casa
Amanhã há uma festa na minha escola mas na sexta-de manhã tenho um teste. Podia tentar fazer um dia antes com a turma de pós-laboral, mas para além de não ser boa a inventar desculpas, acabei de descobrir mais 38 slides para estudar. Mas gostava muito de ir à festa! Mas não posso tirar má nota! 

Acabei de saber que não estou inscrita a 3 cadeiras a que pensava estar. Se entretanto não as conseguir fazer vou ter que as deixar para o ano. Se eu as deixar para o ano vou ter que ficar 5 anos a estudar, porque há um limite de créditos. E aí o sol vai brilhar, mas num sítio onde não é costume seu.




25 Panic GIFs to Calm Your Nerves

domingo, 20 de outubro de 2013

sábado, 28 de setembro de 2013

Avó, you're doing it wrong

   O meu coração por vezes parte-se quando vejo a forma como a minha mãe "adestra" o meu sobrinho de seis anos. Como sou filha dela, dou por mim a comparar os meus desatinos com aquilo que ela transmite à criança, pois tal como dizia o outro, a culpa é dos pais.

"Estás com fominha? A avó vai fazer sopinha, com cenourinha, batatinha, uma cebolinha...mas antes vamos tomar banhinho para ficares fresquinho e poderes vestir o pijaminha"
Tenho um receio oculto que ele se esqueça de falar Português e fale apenas Portuguesinho. Felizmente, apesar de ela falar com ele com muitos diminutivos, ele fala com ela normalmente, sendo que por vezes chega mesmo a corrigi-la, lembrando-a que já não é bebé.

"Já papaste a chichinha toda?"
Palavras como "papar" e "chicha" já não ficam bem com crianças que sabem utilizar advérbios de modo no início das frases. 



"Olha..li no jornal que um menino de três anos estava a brincar com parafusos, pô-los na boca e morreu. Já viste? Os parafusos asfixiaram-no e ele morreu, era mais pequenino que tu! Tu não brincas com parafusos, pois não?"
Há muitas formas de dizer às crianças que não se deve brincar com parafusos. Colocar a imagem na nossa cabeça de um menino a morrer asfixiado por um, não é uma delas. 

"Um menino com dois aninhos morreu asfixiado com um pedaço de salsicha. Temos de mastigar bem a comida, de um momento para o outro podemos morrer asfixiados, já viste?"
Durante muito tempo da minha vida eu não comi presunto porque tinha medo de sufocar. O meu sobrinho agora vai temer salsichas.


"Este menino de cinco anos morreu afogado na piscina! Estás a ver por que é que a avó está sempre a dizer para teres cuidado?"
Sim, de certeza que ele está a ver e a partir de agora vai pensar duas vezes antes de se atirar das escadas da piscina.

"Aquilo em cima do camião não são tapetes! Aquilo é cortiça, que os senhores tiram das árvores da cortiça que depois vai crescendo e eles voltam a tirar. Arrancam aquilo à volta do tronco, à machadada, e fica assim. Depois é tratada e eles fazem rolhas para garrafas. Aquilo também serve para fazer outras coisas, mas primeiro os senhores têm de a arrancar das árvores e colocar em cima dos camiões como aquele para a levarem para a fábrica. Não sabes como são as rolhas das garrafas? Aquilo é cortiça, mas já está tratada. A cortiça por tratar é rugosa"
O meu sobrinho viu um camião carregado de cortiça e perguntou por que razão estava o camião carregado de tapetes. A minha mãe tomou a iniciativa de lhe explicar que aquilo era cortiça. No fim, o meu sobrinho verbalizou aquilo que todos ficaram a pensar.."han!?".
Isto é um exemplo das muitas vezes que presenciei a minha mãe a tentar explicar algo à criança, sem sucesso. Ela utiliza muitas expressões e figuras de estilo, como perífrases e metonímias,  que deixam o pobre rapaz ainda mais confuso, como aquela vez em que ela estava a tentar explicar o que era prisão domiciliária e disse "as pessoas são presas em casa e não podem sair. Se saírem aquilo faz pi pi pi pi lá na polícia".

Podia passar horas a dar exemplos, mas acho que já chega. 



quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O lado positivo de reprovar

Eu, trajada, a entrar numa aula de primeiro ano

A ter que explicar sucessivamente que estava ali porque faltei sempre àquela cadeira

Enquanto aluna de 3.º ano ao ouvir o programa da cadeira

sábado, 21 de setembro de 2013

APELO

Querida, desejo-te a ti e à tua família momentos felizes agora e para sempre, ámen.

Por favor, eu não tenho uma relação formal contigo mas devido à minha difícil situação e circunstâncias do presente, entrei em contacto contigo. Tenho sofrido de cancro do pulmão e resta-me uma curta vida para viver. Decidi doar a minha herança de 6,5 milhões de dólares americanos ao meu único filho e a ti mas tens de me ajudar a cumprir o meu último desejo. De acordo com isto, serás compensada com 50%, enquanto que 30% será doado à criança sem mãe e 20% ser-te-ão confiados até que o meu filho vá para o teu país. Preciso portanto de assistência para mover estes fundos para o teu país antes da minha morte, para que o meu filho possa completar os seus estudos e conseguir aí uma vida melhor.

Angela

  Recebi esta mensagem via Facebook há uma semana. Antes de mais folgo em saber que Portugal se encontra na rota dos grandes investidores e espero sinceramente que isso resulte num país mais próspero e equilibrado. Não sei que incentivos tem o Governo andado a dar, mas tiro-lhes o chapéu. Seguidamente devo confessar que me sinto deveras homenageada por ter sido eleita para esta acção tão magnânima e inesperada. Eu que nunca participo em jogos de azar, que nunca gasto 0,60€ (+IVA) a ligar para o Querida Júlia, serei agraciada com uma quantia tal que poderei chumbar mais umas quantas vezes a Inferência Estatística que terei sempre dinheiro para uma nova matrícula. 

  É difícil decidir qual a parte mais interessante desta mensagem, mas tenho definitivamente de dar destaque a esta mãe. Uma mãe que apesar de se encontrar certamente debilitada e com pouco tempo de vida, preocupa-se acima de tudo com o futuro do filho que a vai ver partir. Numa altura em que milhares de portugueses vêem o futuro do seu país a preto e branco e vão para fora procurar novas oportunidades, há sempre alguém de fora que vê o nosso país como um destino a ter em conta. Vêem o bom que há em nós, levando-os mesmo a abdicar de 7/10 do pecúlio que garante o futuro de qualquer pessoa em qualquer lugar, mesmo naqueles lugares onde o conceito de 'instituição bancária' ainda não seu entrada, em prol de um percurso académico de sucesso no ensino português. É sem dúvida de louvar, até porque para nós que estamos cá e não damos valor àquilo que temos, esta mensagem serve de lição e incentivo. 

  Agora que serei milionária, terei todo o gosto em oferecer dinheiro só porque sim, até porque não quero correr o risco de vir a ser entrevistada pela Judite de Sousa Pós-DivórcioFaltaDepila. No entanto preciso de assistência para assistir a Angela em primeiro lugar. Alguém se oferece? Ámen.


domingo, 8 de setembro de 2013

A tenuidade entre o bom e o mau dos gases

   Na escola aprendemos que a matéria pode apresentar-se na sua forma líquida, sólida ou gasosa. O gás é portanto algo natural, composto por partículas malucas e desorientadas, que podemos encontrar no nosso dia-a-dia. Há inclusive uma lei da física chamada 'lei dos gases ideais', que impõe um conjunto de regras de conduta aos gases para que eles atinjam a perfeição. É quase como se os gases fossem estudar para um colégio católico do século XIX e saíssem de lá os gases que qualquer cientista gostaria de ter.

  Sem determinados gases seria impossível sobrevivermos. Respiramos oxigénio e libertamos dióxido de carbono, também ele essencial. Na maioria das casas as pessoas cozinham com gás e também precisam dele para aquecer a água e para os seus automóveis. Depois temos outro tipo de gases - aqueles que nós libertamos. 

    Sempre que arrotamos, estamos nada mais nada menos que a deitar os gases do nosso estômago cá para fora. E se o fazemos é porque precisamos de o fazer, pois o nosso corpo é que sabe. Não é por acaso que quando alimentamos os bebés, eles têm de arrotar logo depois, pois se não o fizerem correm o risco de vir a ter dores mais tarde. Posto isto, não somos só nós, seres humanos, que arrotamos. Muitos outros mamíferos o fazem, incluindo os cães. Ora, segundo a minha experiência, sempre que um cão arrota as pessoas acham piada. Não é tanto "oh tão querido, está a libertar gases do estômago porque o organismo dele não os está a conseguir absorver", é mais "oh tão querido, parece uma pessoa". Mas quando uma pessoa arrota, muitos acham rude e ficam enojados..."parece um cão". Mas se um cão é querido porque arrota como uma pessoa, por que razão uma pessoa é rude por arrotar como um cão (ou ainda melhor, como uma pessoa, visto tratar-se de uma)? 

  Em que altura da história, desde o surgimento dos seres humanos até aos dias de hoje, é que o arroto se tornou um sinal de falta de educação na nossa sociedade? E em que idade ele deixa de ser bem aceite,quando começamos a comer comida sólida? E por que é que tenho de pedir perdão caso arrote? É pecado? Devo sentir-me culpada por não ir contra as vontades do meu corpo? Por que hei-de sentir-me constrangida quando o faço ao pé de alguém se esse alguém também o faz? E o que é isso de 'arrotar para dentro'? Foi alguma regra imposta pela ditadura de Salazar que se esqueceram de revogar entretanto?


 Pior que o arroto, só mesmo o subestimado peido ('flato' se formos puritanos e 'pum' se formos mais sensíveis). Também o acto de se peidar é natural, porém os peidos cheiram mal e as pessoas têm tendência a segurá-los quando estão acompanhadas. Eu seguro os meus, tu seguras os teus e a rainha de Inglaterra segura os dela, adiando assim algum constrangimento público. Mas se cheiram mal, por que é que as pessoas se riem? Desde quando é que um 'pum' faz rir as pessoas?

 "AHahHah expeliste um gás pelo orifício pelo qual saem os excrementos!" 

"AHahHah foste incapaz de o reprimir!"

"AHahHah o teu flato exala mau cheiro porque contém enxofre, um gás naturalmente mal cheiroso... devias consumir sabão perfumado, porque é tóxico."



domingo, 1 de setembro de 2013

Febre de Domingo à noite


   Tenho visto o programa, mas o ideal é vê-lo a partir das gravações automáticas para que possamos saltar todas as partes desinteressantes, que são todas excepto os vídeos dos ensaios e das actuações. 

O conceito
  O conceito deste programa é semelhante ao "Dança Comigo" da RTP1. Contudo, além das diferenças óbvias, há umas que saltam à vista. Em ambos os programas as pessoas podem começar a votar antes do fim das actuações, o que faz com que as pessoas com mais votos sejam as pessoas com mais fãs, família e amigos. No entanto a avaliação pelo júri é diferente, pois os concorrentes estavam divididos em grupos de dois e havia como que um sistema de comparação. Posto isto, havia também uma tendência no "Dança Comigo", para que o público descartasse aqueles que menos os entretinham. Depois, além do programa do canal público optar por música de acordo com o estilo de dança, a música era ainda cantada ao vivo. Os concorrentes não dançavam necessariamente sempre com os mesmos dançarinos profissionais, que integravam um plano mais secundário, sendo que as apresentações eram delineadas pelo mesmo coreógrafo, que fazia parte do júri.

A Cristina Ferreira
  Ultimamente a Cristina Ferreira tem andado muito vaidosa, sendo o seu mais recente blog uma prova disso. Isso não seria um problema, caso não se reflectisse de forma negativa no programa. Aquelas trocas de roupa após cada intervalo são muito giras, mas o espectáculo que lhe antecede é tão deprimente. Ela bem que podia aprender uns passos de dança novos, ou não fosse este um programa dedicado à dança. O pior é que nos últimos programas ela fez questão de "dançar" a mesma música duas vezes seguidas. E a falta espontaneidade? Parece que sente a necessidade de ser engraçada e com classe e então ensaia bastante nesse sentido, mas quando tem de improvisar, lança uns risinhos falsos e uns gestos inúteis para dar o ar da sua graça. Não vale a pena comentar o tom de voz dela, o histerismo que lhe é característico, porque parece-me que após o primeiro programa tem sido mais aturável. Ela resulta bem ao lado de um Manuel Luís Goucha, cujo profissionalismo, inteligência e experiência abafam qualquer erro alheio, mas creio que ainda tem de penar muito para ganhar o estofo necessário para apresentar um programa desde calibre sozinha, ou então basta-lhe perceber que chegou onde chegou a ser pacóvia e barrasca e o crescente de vaidade que tem vindo a demonstrar só a prejudica.

O Júri
  Mais uma vez a Alexandra Lencastre faz parte do júri de um programa de talentos da TVI. Na minha humilde opinião, é ela que muitas das vezes dá graça ao programa e já cheguei a pensar que ela faria melhor figura que a Cristina Ferreira na sua condução.

 O Sr. Alberto é o único elemento do júri que percebe realmente da técnica que ali é exposta, ou não fosse ele, entre outras coisas, um dançarino campeão por diversas vezes, professor de danças e juiz em várias provas nacionais e internacionais. Mas parece que o que as pessoas querem é ouvir elogios, mesmo que não correspondam à realidade, já que sempre que ele faz um comentário menos abonativo é bombardeado em várias frentes. Nota-se que ele é bastante comedido, mas no meio daquela festa cigana fica um pouco intimidado e talvez seja por isso que não dê as pontuações que acha que devia dar.

 E por fim o Cifrão, que venceu a última edição do "Dança Comigo".
  
O Paulo Fernandes
 A Mariza Cruz era a apresentadora mais ridícula da TVI, mas eis que chega Paulo Fernandes. Comentários inapropriados e uma espécie de obstipação crónica que se nota através da sua postura pouco dinâmica. Acima de tudo, ele é irritante e devia dedicar-se à rádio, onde ninguém o vê. Ora vejamos a sua apresentação na página da Cidade FM: "Olá. Olá. Digo duas vezes 'Olá' porque sou uma pessoa que gosta de deixar tudo bem claro!". Acima de tudo, ele é irritante (também gosto de deixar tudo bem claro).

As músicas
  Por vezes acho original escolherem músicas de estilos diferentes, mas dançar cha cha cha ao som da música "Get Lucky" dos Daft Punk além de inadequado é aborrecido para quem está ver, pelo menos para mim. É como se eu fosse dançar o tango para o meio de uma discoteca. Até podia dançar bem, mas...


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  A minha mãe acha piada a este programa, então eu vejo-o sempre que estou em casa com ela. Não há muito a dizer. Os jogos são forçados e não têm tanta piada como se pensa. A Andreia Rodrigues é abafada pelo César Mourão. Não tem formação e é um tanto ou quanto fundamentalista em relação à defesa dos animais o que se torna irritante. Há regras, mas se não forem cumpridas...não faz mal. Há objectivos, mas se os concorrentes estiverem com dificuldades...são ajudados. Em relação à versão americana deixa muito a desejar.

  Será assim tão difícil fazerem programas menos insossos? 

  

sábado, 31 de agosto de 2013

Cápsula do Tempo

  A revista CARAS é requinte, é moda, são caras conhecidas. Podemos encontrar tudo isto, não só nas suas edições semanais, mas também nos jantares organizados que exaltam a elegância, quer do restaurante e respectiva comida, quer das ilustres figuras públicas que vêem nestas ocasiões a oportunidade ideal para aparecerem na página dos mais bem vestidos da semana. Fá-lo através de festas de verão nos sítios mais 'in' do momento, como o maior complexo de luxo turístico da Europa. Fá-lo através de ofertas exclusivas para as suas fieis leitoras, como talheres e copos desenhados pela Fátima Lopes. É também a revista Caras, que a par com a SIC,  atribui anualmente os Globos de Ouro, que mesmo sendo uma imitação reles e presunçosa dos prémios homónimos dos EUA, onde o clímax é atingido com a entrada das irmãs do Ronaldo na passadeira vermelha, não deixa de ser um prémio ambicionado por todos os artistas nacionais com poucas expectativas de carreira internacional. 

  Hoje encontrei a edição n.º 218 da revista CARAS, datada de 23 de Outubro de 1999, dentro de um caixote há muito esquecido num lugar recôndito da minha casa. Depressa percebi a importância do meu achado. Era como se tivesse encontrado uma cápsula do tempo que continha todos os pensamentos, ambições e gostos de uma sociedade já extinta. Um pequeno tesouro omitido pela minha irmã quando tinha exactamente a mesma idade que eu tenho agora, porém numa época completamente diferente. O escudo e o euro ainda surgiam lado a lado, sendo que na altura a revista custava 220$00/1,10€ (apenas menos 0,30€ que hoje em dia). Eis senão quando, algo me salta à vista. Em uma das páginas podemos ler "Feijoada da CARAS reúne o 'jet-set' numa festa animada", matéria que se prolonga nas 10 páginas seguintes com dezenas de fotos e testemunhos de figuras recorrentes das páginas desta revista. Podemos ler:

"A feijoada brasileira é um pouco o Portugal remoto. Nasceu no Minho, desceu a Lisboa, embarcou nas caravelas e foi andando, misturando sabores e alimentos. Porque a couve mineira é a nossa couve galega". Assim descreveu José Pestana de forma quase poética, a feijoada brasileira, um prato típico do país irmão que serviu de pretexto à CARAS para reunir mais de uma centena de convidados...

   Nunca tinha lido as palavras 'jet-set' e feijoada na mesma frase, mas após uma breve pesquisa descobri que é algo recorrente. Todos os anos a CARAS alia o requinte, a moda e as caras conhecidas à bela de uma feijoada, um prato pesado e deliciosamente pacóvio, cujo nome provém dos feijões que lhe dão vida. Mas não é só à feijoada que os feijões dão vida. Esta leguminosa, barata e por isso muito consumida pelos menos afortunados, é popularmente associada a constrangimentos públicos causados pelos seus compostos dificilmente digeridos pelo nosso, nem sempre fiel, sistema digestivo.


   Mas na tradicional feijoada da CARAS de 1999, além da feijoada tipicamente brasileira, os convidados puderam ainda saborear outro ícone da cultura dos amantes de forrobodó: caipirinhas. E quando se fala em caipirinhas aparece logo a rainha do 'jet-set', a mesma de agora mas antes do peeling, com informações reveladoras que provam que os seus contactos com a terra para lá do Atlântico, não se limitam à gastronomia: 

"O que engorda nesta bebida, além da cachaça, é o açúcar. Por isso, ponho adoçante em vez de açúcar. Isto ensinou-me o cirurgião plástico brasileiro Ivo Pitanguy há muitos anos".

   Isto mais de uma década antes de haver estudos a comprovarem que o adoçante engorda tanto ou mais que o açúcar. Parece que estou a ler um daqueles livros de medicina antigos que apontam a homossexualidade como a causa da SIDA. São verdades há muito desmentidas.

Lili, amante das viagens, lamentou: "Ao Brasil só fui 50 vezes!"

   Só? Deve ser difícil para ela olhar-se ao espelho todos os dias com tamanho embaraço. Curiosamente, antes de casar com Álvaro Caneças, o homem que lhe deu nome, era hospedeira da companhia aérea com maior número de vôos para o Brasil desde a Europa. Quiçá não terá andado a trocar turnos para acumular mais milhas!


  Nas páginas obsoletas desta revista, podemos ainda encontrar referências à estreia do filme "Tarzan" da Disney, a relação ainda não assumida de Carlos Cruz e Raquel Rocheta, uma foto de Betty Grafstein num evento de apoio à causa timorense e publicidade ao novo S25 da Siemens. Portugal estava encantado pois tinha sido escolhido para organizar o Euro 2004 há menos de duas semanas. Por outro lado, Amália Rodrigues tinha falecido no início desse mês, gerando homenagens carregadas de saudade e lágrimas pelo país fora. A marca de cosméticos MAC tinha acabado de chegar a Portugal. A taróloga Maya era na altura uma simples taróloga, sendo que a única foto sua na revista mede 2x3 e é a preto e branco.


 O Vítor Baía ainda era casado com a primeira mulher. O João Pinto ainda era casado com a primeira mulher. O Jorge Costa ainda era casado com a primeira mulher. O Abel Xavier ainda era casado com a primeira mulher. O Durão Barroso era o líder da oposição e o filme "Titanic" ia estrear pela primeira vez em televisão, num canal pago. A Sumol Néctar tinha lançado o seu mais recente sabor, um sumo de banana, morango e cereja que não chegou aos nossos dias. Já a publicidade ao perfume J'adore da Dior, mantém-se actualizada sendo que a sua mensagem intemporal ainda é utilizada hoje em dia. Cada página traz ao de cima um misto de nostalgia e intriga, mas é curioso aquilo que pensamos ao folheá-las. O que será que vai ser diferente daqui a 14 anos? 

domingo, 25 de agosto de 2013

Landover Baptist Church


  A Landover Baptist Church é uma igreja Baptista criada por Chris Harper como sátira ao Fundamentalismo, às Igrejas Baptistas Independentes e ao literalismo bíblico. Trata-se portanto de uma igreja ficcional que ridiculariza os defeitos destas instituições. No seu website podemos inclusive encontrar campanhas como "Aceita Jesus Cristo como teu Senhor e Salvador e ganha uma Playstation 3 grátis!" para atrair crianças e adolescentes para a sua igreja. Para isso basta que os jovens sigam os seguintes passos:

1 - Dizer a Jesus que odeiam os pais e que o preferem a Ele enquanto pai. Pedir-Lhe que perdoe os seus pecados e os cubra com todo o Seu sangue (eles verão bastante sangue a esguinchar na televisão quando jogarem o jogo Grand Theft Auto 3 que vem como complemento na oferta).

2 - Encontrar os cartões de crédito de um dos pais (um cheque em branco é ainda melhor!)

3 - Telefonar para o escritório da igreja, onde lhes serão dadas instruções de como usar os cartões de crédito de modo a cobrar uma oferta de amor pelo telefone. Os jovens não se devem preocupar caso não encontrem nenhum cartão, pois nesse caso, ser-lhes-á ensinado como usar os cheques do pai para fazer um levantamento automático (que permitirá que os portes de envio sejam grátis e que recebam um jogo extra).



Tony Hawk Jesus Mod for PS3 Skating

  A genialidade e realismo do projecto, onde a sátira e sarcasmo são sempre levados a sério, faz com que muitas das pessoas de fora realmente acreditem ser algo real, fazendo com que os fóruns se tornem palco das mais ridículas e divertidas discussões, como esta, onde um alegado turista que visitou Portugal demonstra o seu desagrado e indignação para com o país e seus habitantes, levando um português a protestar (o que se torna irónico porque ao tentar provar que o nosso povo não é estúpido, acaba por parecer estúpido por acreditar no que está lá escrito). 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

À procura de casa em Benfica

Entrar nesta cozinha é como ir ao céu e voltar

Para quem gosta de receber os amigos em casa 

 O quarto ideal para se estudar Semiologia

Ideal para quem passa as noites fora de casa

Para imigrantes ilegais foragidos

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Penas...penas everywhere

Serei a única pessoa a achar nojento o facto da Nigella Lawson cozinhar frangos mal depenados? 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Crianças e a Publicidade


Sobrinho: Isto é um produto para os sofás?
Eu: Não, é um produto para emagrecer.
Sobrinho: Para emagrecer os sofás?
Eu: Não, para emagrecer as pessoas. Elimina as gorduras.
Sobrinho: Mas aquilo não é um produto para sofás?
Eu: Não, a Depuralina não é para sofás.
Sobrinho: É um produto para tirar as bolinhas do sofá, não é?
Eu: Sim, é.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

domingo, 28 de julho de 2013

Livro da Semana

"A Sem-abrigo à Porta de Casa"

   Este livro conta a história de uma rapariga que foi sair com os amigos e não levou telemóvel nem chaves de casa. Quis o destino que, quando regressasse para junto da sua família, já toda ela estivesse a dormir. Eram cinco horas da manhã. Desesperada, bate à janela do quarto do seu irmão, na esperança que este pudesse ouvir o seu delicado toque de como quem diz "quero que me venhas abrir a porta, mas estou a bater ao de leve para não te acordar"Triste, decide esperar que algo de extraordinário, fora das leis naturais, abra a porta da cozinha como de um milagre se tratasse. E espera. E espera.


   Já o sol havia nascido, quando dá por si a imaginar a cena que a sua entrada em casa iria suscitar. Qual a primeira coisa que iria fazer? Qual a reacção daquele que lhe abrisse a porta? O que iria ela lhe dizer? Pensou "vou dizer que fui ao pão", porque era hábito seu madrugar para ir comprar pão, perdê-lo no caminho e chegar a casa com a roupa da noite anterior. "Talvez algo mais poético" pensou ela. "Vou contar a verdade, mas vou dizer que cheguei mais cedo para enaltecer o meu tormento ". Assim pensou, assim fez. Já passava das 7h30 quando o seu pai abre finalmente a porta. "Chegaste a que horas?" perguntou ele. "Não sei bem, eram umas 4h ou 4h30" suspirou ela. 

  A sério rapariga? A sério? Meia hora a mais não enaltece o tormento de ninguém! O que estaria ela a pensar? Será que teve consciência do perigo, ainda que hipotético? Se tivesse adiantado demais a sua hora de chegada, corria o risco de, supostamente, chegar a uma hora a que ainda estivesse alguém acordado. Ou será que podia ter arriscado mais?  

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Bebé Real

  Nestes últimos dias tem se falado muito do bebé de Kate e William. Eu tenho de confessar que leio tudo o que aparece sobre ele. De tudo o que li, dou preferência àquela notícia que dava conta que o bebé é um parente afastado do Drácula e do Maomé. Eu própria sou uma parente afastada destas duas personagens. O quão afastada não sei, mas isso é irrelevante visto que também não o especificaram em relação ao bebé real, a quem, pelos vistos, também posso chamar família. Estou muito feliz e mal posso esperar que ele nasça. Vou seguir minuciosamente todos os seus passos através da imprensa...

 "Bebé real nasce engelhado"
"A caca do bebé real é uma mistura de verde abacate e verde desbotado"
"Bebé real tem insónias"
"Família real desmente que a caca do bebé tenha dois tons de verde"
"Bebé real bolça depois do almoço e falha protocolo "
"A antiga ama do bebé real confirma que a cor da caca do bebé tem o código #556B2F" 

  A especulação é muita em relação a esta criança, que mesmo antes de nascer já se prevê carismática e sensata. Houve inclusive um astrólogo que disse "se nascer hoje terá uma personalidade um pouco mais convencional e conservadora, mas se nascer amanhã será pioneiro e mais moderno". Engraçado como um 24 horas separam esta criança de destinos tão diferentes. Também há muita especulação em relação ao sexo e ao nome. Na Wikipedia, para já, é o Filho do Duque e da Duquesa de Cambridge e, mais coloquialmente, é simplesmente o "bebé real". Mas uma coisa é certa. Seja menino ou menina, quando nascer o cabelo vai sair ao do pai. 

 



sexta-feira, 19 de julho de 2013

Exames Nacionais

  Hoje quando abri o Facebook dei de caras com uma publicação da escola profissional que frequentei durante três anos. Dava conta de uma aluna que tinha tirado 17 no exame de Inglês de acesso ao ensino superior. Quem lá andou sabe que é uma escola "para inglês ver", uma vez que se preocupam mais com as aparências do que com a qualidade de ensino. Infelizmente, sempre que algum aluno se destaca, eles procuram tirar os louros para si.

  Mas quão ridículo é fazer uma publicação daquelas no Facebook por causa de um 17 num exame nacional? Se eles fossem tão bons quanto fazem por parecer, não haveria um 17 mas sim vários, certo? Além do mais, eu também tirei 17 no exame de Português mas foi graças ao meu esforço. Tive inclusive que estudar matéria da qual nunca ouvi falar, porque na escola nunca ma ensinaram. Se eles tivessem feito uma publicação semelhante na minha altura, eu teria ficado ofendida. Claro que não tão ofendida quanto aquela minha colega que logo no primeiro ano foi "convidada" pelo orientador do curso, durante uma aula de Português, a fazer dieta pois caso contrário não teria futuro. Não tão ofendida quanto isso. Claro que também não tão ofendida quanto os meus colegas que foram ameaçados para desistirem da escola, pois davam má imagem. Tanto também não. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Visita Presidencial

  Foi a bordo da fragata Vasco da Gama, que Cavaco Silva viajou do Funchal até às Selvagens para passar lá dois dias. Finalmente descobriu um lugar do país onde não há ninguém contra ele.

sábado, 13 de julho de 2013

Onda de calor

  Durante as últimas semanas de calor insuportável, houve bastante gente no Facebook a comentar de forma irónica, a notícia que dava conta de que este ano teríamos o pior Verão dos últimos 200 anos. Eu olhava para o que escreviam e pensava "Queixavam-se do frio em pleno Verão, agora pensam que as ondas de calor duram para sempre". Parece que os últimos dias têm estado nublados e fresquinhos. A onda de calor já foi embora. Façam lá piadas irónicas agora.



   E por falar em onda de calor. Não percebo como há gente que brinca com o sol. Há dez anos atrás, dezenas de milhares de pessoas morreram na Europa devido a uma onda de calor. Os casos de cancro da pele aumentam de ano para ano. As crianças e os idosos são os maiores grupos de risco mas não quer dizer que outros sejam imunes. Faz-me confusão pessoas com crianças na rua nas horas de maior calor, pessoas que preferem o óleo ao protector solar, pessoas que nem usam protector solar. Mas sinceramente o que me causa mais confusão são as crianças, pois elas são da nossa responsabilidade e devem ser prevenidas para os perigos que o sol pode causar. Se os pais já são pouco responsáveis, não são as crianças que se vão preocupar.


Lembro-me de estar na praia com o meu sobrinho...
- Anda cá para a tia te pôr protector
- Não é preciso, eu pus antes de vir
-Sim, mas já passou imenso tempo e tu já foste à água duas vezes. Sabes que o sol é perigoso, pode causar problemas de saúde?

Perante este facto provado cientificamente, aquela criança de cinco anos responde:
-Tás tontinha? Isso não faz sentido nenhum! Só podes estar tontinha!

O pior disto é que a mãe dele quase trinta anos mais velha, quase que lhe dá razão ao dizer: 
-Não é preciso mais protector, ainda por cima as nuvens estão a tapar o sol.

  E lá continuou ele a brincar ao sol, desprotegido. Por que será que as pessoas pensam que as nuvens, a água e o vento protegem do sol?  As minhas insistências só me fazia passar por exagerada e "tontinha". Escusado será dizer que o miúdo apanhou um escaldão. O meu primeiro escaldão foi aos 16 anos, numa semana em que passei férias com amigos, sem adultos que se preocupavam por nós. Não foi aos cinco anos. Hoje em dia já me responsabilizo pelos meus actos e devo ser a pessoa que conhecem que mais protector usa. Porque com a nossa saúde, todo o cuidado é pouco. 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

AHAhah

E aquela respiração orgásmica que por vezes as pessoas fazem quando bebem alguma coisa?

O Mundo em Portugal

Españoles en el Mundo - Lisboa

Españoles en el Mundo - Porto
Españoles en el Mundo - Madeira

O Mundo Segundo os Brasileiros - Lisboa

El Mundo Según los Argentinos - Lisboa

Outras versões espanholas
Andaluces por el Mundo - Lisboa
Andaluces por el Mundo - Porto
Asturianos en el Mundo - Lisboa
Asturianos en el Mundo - Norte de Portugal
Balears pel Món - Lisboa
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Harry Potter

Salazar Slytherin, deve o seu nome a António de Oliveira Salazar.