A Alexandra, menina russa que em 2009 deu que falar por ser alvo de disputa entre os pais biológicos russos e os pais portugueses que a acolheram, volta a ser notícia. Desta vez pelas declarações da avó, que pretende impedir que a menina volte a Portugal, pois caso isso aconteça corre o risco de ser transformada em "material biológico":
"No país deles [Portugal], não há tão grande entrada de pessoas como no nosso. No nosso país há muitas nacionalidades, muitos casamentos mistos, mas nesses países há falta de sangue fresco e nascem atrasados mentais. Aí até é permitido irmão e irmã casarem-se, terem filhos. E que crianças nascerão? Por isso querem conseguir outras pessoas. Os filhos serão mais inteligentes do que aqueles que as portuguesas dão à luz"
in Correio da Manhã
Há mais pessoas a entrar na Rússia que em Portugal? Acho isso pouco provável. Portugal é o maior país do mundo, é 185 vezes maior que a Rússia. No entanto concordo com o resto. Em Portugal não há muitas nacionalidades. Uma vez vi uma senhora a passear um gato persa e acho que isso foi o máximo que já vi até hoje a nível de estrangeiros a cá viver. Corre o mito que há milhares de russos cá imigrados, mas das duas uma: ou andam bem disfarçados, sem sotaque e características evidentes, ou então não existem.
Lembrei-me agora do escândalo que houve quando D. Isabel casou com o primo D. Afonso V. Primos a contrair matrimónio? Tios e sobrinhas? Naquela época era escandaloso. Hoje em dia até já se casam irmãos uns com os outros e achamos normal. No entanto, se formos um pouco mais longe, Ramsés II casou com quatro filhas. No Antigo Egipto, o casamento com irmãos ou filhos era uma prática comum, mesmo entre deuses. Para quê complicar o que é simples? Pão pão, queijo queijo. Não há cá misturas.
Lembrei-me agora do escândalo que houve quando D. Isabel casou com o primo D. Afonso V. Primos a contrair matrimónio? Tios e sobrinhas? Naquela época era escandaloso. Hoje em dia até já se casam irmãos uns com os outros e achamos normal. No entanto, se formos um pouco mais longe, Ramsés II casou com quatro filhas. No Antigo Egipto, o casamento com irmãos ou filhos era uma prática comum, mesmo entre deuses. Para quê complicar o que é simples? Pão pão, queijo queijo. Não há cá misturas.
Em contrapartida os portugueses nascem pouco dados à inteligência, ou seja, nascem atrasados mentais. Em 2010 surgiu uma notícia que dizia que em seis anos só 53 crianças estrangeiras foram adoptadas por portugueses, sendo que em 2008, 92% das crianças eram cabo-verdianas. Naquela altura, a adopção internacional era escolhida por aqueles que não querem estar anos à espera de adoptar uma criança portuguesa. Hoje em dia, a adopção internacional é opção daqueles que querem filhos mais inteligentes, e é também por isso que agora adoptamos crianças russas. Mas por quê agora e por quê os russos? Devido a sermos desprovidos de inteligência, só com a saída do Izmailov do Sporting para o Porto, é que descobrimos que os russos são o supra-sumo da inteligência, mais do que aqueles que são cá dados 'à luz'.
Alexandra com um cachorro, morto posteriormente pelo irmão |
"Nós somos patriotas do nosso país. Vivamos aqui mal ou bem, é a nossa pátria. Em primeiro lugar, é preciso pensar na criança"
Quem me dera que cá também fosse assim. É isto que nos falta. A Alexandra vive com a mãe, os avós, a tia e o irmão numa casa sem casa-de-banho, nem sequer tem canalização. Vivem exclusivamente da reforma da avó e a mãe, com um largo historial de alcoolismo, está internada no hospital. O padrasto abandonou a mãe, pois era vítima de violência por parte da família desta. Do pai, ucraniano, sabe-se que está em Espanha. Há relatos de abusos físicos à menina por parte da mãe, mas temos de pensar primeiro na criança. Mesmo que ela viva bem em Portugal e mal na Rússia, metade do seu sangue é russo. Para o seu bem, é lá que deve viver. Não há outra hipótese. Para o bem e para o mal, mãe é mãe.
Além disso, os pais de acolhimento da menina não são melhores, pois segundo a avó da menina:
"Eles têm uma casa grande, mas nem sequer é deles, é alugada; o João tem uma fabriqueta qualquer, mas em Portugal há crise e desconhece-se como irá correr o negócio. Sinto as pessoas, senti que João não é o homem que quer mostrar. Ele faz o ar de bom, mas a alma é uma incógnita"
Viver numa casa grande alugada e ter um negócio próprio do qual se "desconhece como irá correr", para além de não ser muito comum em Portugal, é algo que indica que os senhores não são bons pais para a criança. Em Portugal há crise e a Rússia tem um PIB per capita altíssimo, mesmo sendo inferior ao de países como a Guiné Equatorial, Trinidade e Tobago, China ou mesmo Portugal. Vinte milhões de russos vivem abaixo do limiar da pobreza e a tendência é para que os valores aumentem. Mas temos de ter em conta que a avó da menina sente pessoas. A menina terá um futuro muito mais promissor se viver com alguém com tamanho dom.
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