quarta-feira, 19 de junho de 2013

Criatividade versus Matéria

     Por vezes olho para aquelas pessoas bastante inteligentes, que se matam a estudar e invejo-as por isso, gostava de ter metade da vontade que elas têm. Tiram óptimas notas, vão às aulas todas, não andam a gastar o dinheiro dos pais à toa. Não se devem meter em alhadas e chegam a horas quando os pais pedem. 

     Mas eu acho que todos nós temos os nossos pontos fortes e fracos. Podemos não ser os melhores em algo mas certamente somos os melhores a fazer outra coisa, nem que seja a lavar pratos. E isso é importante, porque nem só de estudos vive o homem. Vive sim de aprendizagens e há muita coisa que não se aprende lendo livros ou indo à escola. O que contribui para a minha vida fazer o exame de Teorias da Comunicação? Contribui somente para eu ganhar mais uns créditos. No dia seguinte já não me vou lembrar de nada do que estudei, porque pura e simplesmente não me interessa. Tenho 21 anos. Aos 30 torno-me numa mulher madura (lol lol lol) e quero deixar para trás uma juventude que não passa por gastar uma semana a estudar algo que não me interessa. Prefiro passar a semana a ver filmes ou a coçar a micose enquanto como bolachas com Tulicreme. E por acaso foi mesmo isto que fiz, sendo que estudei nalguns dias e alternei entre as bolachas e as pipocas.

     E assim vou vendo muitos filmes. E é por isso que posso ir ao cinema e apreciar os filmes de modo diferente. Posso ir ver um filme que essas pessoas inteligentes viram e dizer que o final foi inesperado no mau sentido e não no bom como elas dizem. E aqueles que viram o filme comigo, partilharem a mesma opinião e, no final, irmos à net e a maioria das opiniões ser a mesma. Isto é um exemplo estúpido mas eu pensei em tudo isto quando vi o post de uma pessoa inteligente no Facebook a opinar sobre um filme. Pensei "a sério? És tão básica". E ela quando vir algo meu pode pensar "a sério Catarina? Ficaste feliz por passar com 10 a Antropologia"?
E eu não me rio das piadas dela nem ela das minhas. Mas isso não quer dizer que eu não tenha piada. Quer dizer que ela é "básica". Porque é isso que eu acho dela. E se eu não me rir das piadas dela ela, quer dizer que eu não tenho sentido de humor. 




     E se eu vir um filme, não estou a alimentar o meu cérebro com imagens visuais e cultura? Isso é mais importante para o meu futuro profissional que Teorias da Comunicação. Criatividade versus Matéria. Posto isto, será que elas não têm motivos para ser também metade daquilo que eu sou? Gosto de apreciar as coisas com mais ênfase, e coisas diferentes, para depois conseguir fazer críticas construtivas e com sentido sobre as matérias que realmente me importam. Não vou saber citar Habermas nem tão pouco entender o que veio este homem fazer ao mundo. Mas se vir um filme sobre ele, até me posso vir a interessar.

     Eu juro que pensei nisto tudo quando vi o tal post. Em suma, não nos devemos culpabilizar por não nos apetecer estudar, por não estudarmos e por não passarmos a uma cadeira. A não ser que o façamos por andar na coca, aí já é grave. Mas se nós o fizermos para que possamos fazer outras coisas de que realmente gostemos, acho que não tem mal. Daqui a 10 anos, quando formos todos adultos maduros (lol lol lol) vamos querer fazer o que gostamos mas vamos ter mais responsabilidades e vai ser mais difícil. Então façamo-lo agora.

Época de Recurso <3

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