domingo, 28 de julho de 2013

Livro da Semana

"A Sem-abrigo à Porta de Casa"

   Este livro conta a história de uma rapariga que foi sair com os amigos e não levou telemóvel nem chaves de casa. Quis o destino que, quando regressasse para junto da sua família, já toda ela estivesse a dormir. Eram cinco horas da manhã. Desesperada, bate à janela do quarto do seu irmão, na esperança que este pudesse ouvir o seu delicado toque de como quem diz "quero que me venhas abrir a porta, mas estou a bater ao de leve para não te acordar"Triste, decide esperar que algo de extraordinário, fora das leis naturais, abra a porta da cozinha como de um milagre se tratasse. E espera. E espera.


   Já o sol havia nascido, quando dá por si a imaginar a cena que a sua entrada em casa iria suscitar. Qual a primeira coisa que iria fazer? Qual a reacção daquele que lhe abrisse a porta? O que iria ela lhe dizer? Pensou "vou dizer que fui ao pão", porque era hábito seu madrugar para ir comprar pão, perdê-lo no caminho e chegar a casa com a roupa da noite anterior. "Talvez algo mais poético" pensou ela. "Vou contar a verdade, mas vou dizer que cheguei mais cedo para enaltecer o meu tormento ". Assim pensou, assim fez. Já passava das 7h30 quando o seu pai abre finalmente a porta. "Chegaste a que horas?" perguntou ele. "Não sei bem, eram umas 4h ou 4h30" suspirou ela. 

  A sério rapariga? A sério? Meia hora a mais não enaltece o tormento de ninguém! O que estaria ela a pensar? Será que teve consciência do perigo, ainda que hipotético? Se tivesse adiantado demais a sua hora de chegada, corria o risco de, supostamente, chegar a uma hora a que ainda estivesse alguém acordado. Ou será que podia ter arriscado mais?  

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