sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Agradecimento

   São quase 5h e as princesas estão todas a dormir e o pajem de uma delas também. Eu estou feliz da vida a relacionar análise económica com o marketing-mix porque como sou linda, deixei o relatório de marketing estratégico para o último segundo.
Alguém tossiu e eu não sei quem foi. De qualquer das formas senti-me bem ao saber que não estou de todo sozinha neste castelo gelado e a precisar de ser pintado.

   Este acto de tossir... um esforço ruidoso mas de certa forma relaxante de quem está a querer deitar algo cá para fora como se de uma bola de pêlo se tratasse...veio dar um outro ânimo a esta pobre alma cada vez mais enterrada em apontamentos e pdf's. Este acto de tossir, feito de forma bastante elegante diga-se de passagem, veio assim moralizar o meu eu que nunca mais vê o fim desta bosta.

   Quem quer que tenha sido, aqui fica o meu obrigada. Guardarei para sempre esse "cof, cof" em um dos cantos mais profundos do meu coração, entre as recordações de infância e as do primeiro namorado, um pouco antes de chegar aos entes queridos afastados e assim como quem vai para o canto que guardo para um periquito que tive, chamado Nuca, e que fugiu à primeira oportunidade. Otário.

  E que alegria se debateu agora sobre o meu coração! Tossiram novamente. Notou-se no entanto uma certa secura desta vez. Que se passou? Algum sonho menos bom? Não faz mal. Deixou-me feliz na mesma. E agora consegui perceber que foi o jovem pajem. Mas não sei se se trata da mesma pessoa, porque entretanto ouvi um género de um grunhido vindo de uma garganta feminina. 

   Ah Inverno. Tu que deixas todos doentes, finalmente me foste útil. Aqui fica um obrigada a ti também, velho amigo.

   Bom e com isto me despeço, que já perdi um quarto de hora nesta porra e ainda tenho de ir acabar o relatório.

A sempre vossa,
Princess Panda

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Say NO! to This

    Eu não sou de críticas...mas hoje terei mesmo de fazer uso da minha capacidade de julgar, inerente à minha qualidade enquanto ser humano. Tenho mesmo de partilhar isto que me anda a consumir desde sábado. 

    Estava eu no conforto do meu palácio de inverno, em plena lezíria ribatejana, quando em um dos meus muitos momentos de procrastinação decidi fazer uma maratona de filmes. Escolhi quatro:

  • A Rapariga do Capuz Vermelho
  • A Ressaca: Parte II
  • A Família Adams
  • Possessão

    Cento e sete minutos da minha vida foi o quanto me custou a primeira escolha (o único que vi pela primeira vez). Um filme de conteúdo muito pobre, realizado por uma mulher com o mesmo nome que eu. Se tivesse de o resumir diria que se trata da história de uma adolescente diferente das outras com dois pretendentes. Um deles é o amor da sua vida, o outro vê só como um amigo (havendo no entanto um período em que se nota uma certa aproximação). Esta rapariga vive numa aldeia que é aterrorizada por um lobisomem, o que a leva a começar a desconfiar que o seu amado pode ser tão odiosa criatura. Isto porque esta rapariga, de nome Valerie, é a única da aldeia com quem o lobisomem tem uma ligação, sendo a única que o consegue entender. 

    Ora, bem que podia tratar-se do filme "Crepúsculo" se trocasse a palavra lobisomem por vampiro. Na realidade é um filme de 2011 baseado na história "Capuchinho Vermelho", realizado pela mesma pessoa que realizou o "Crepúsculo". Em ambos os filmes, o casal da história faz juras de amor na floresta, em ambos os filmes há algo que os impede de estarem juntos, em ambos os filmes o pai das protagonistas é interpretado pelo mesmo actor, em ambos os filmes o narrador é a própria protagonista e ambos os filmes seguem linhas muito semelhantes na história e na atmosfera da mesma. Diferenças? Um fez sucesso e o outro não.

    O filme conta com um elenco bastante aliciante e o facto de ser baseado num clássico infantil, fizeram com que eu me sentisse impelida a vê-lo. Agora sei que não é um filme digno de princesas. 






quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Princesas do Povo

Devo confessar que hoje em dia nós princesas temos, de certo modo, a vida mais facilitada. Com o avanço das novas tecnologias é nos muito mais fácil interagir com o povo e cumprir alguns dos nossos compromissos protocolares. Vejamos o caso da princesa do povo mais aclamada - Diana, a Princesa de Gales - que a par da beleza e elegância era admirada pela sua dedicação aos mais desfavorecidos, com os quais sacrificava grande parte do seu tempo. Viajou por diversos países à procura de marcar a diferença, mudar mentalidades e fazer chegar um pouco de felicidade àqueles que à vida pouco devem. Muitos a consideram uma santa por isso.

Hoje em dia conseguimos tudo isso através de um simples clique. Podemos estar na comodidade do nosso castelo pois basta-nos apenas aceder, por exemplo, ao Facebook. Posteriormente, os nossos admiradores podem também eles demonstrar gratidão, carinho e afecto de um modo mais simples e eficaz.

"Continue to be optimistic, who knows what tomorrow could bring"

Concluindo só não ajuda quem não quer. Se todos nós ajudarmos, este mundo cinzento em que vivemos ficará bem mais cor-de-rosa.  



terça-feira, 23 de outubro de 2012

Requisitos para se ser princesa



Para se ser uma princesa a sério é necessário um treino intensivo a longo prazo. Não se trata de um título adquirido, isso era antigamente! Hoje em dia, princesa que é princesa, faz da vida um musical. É fundamental saber-se cantar e sobretudo manter uma óptima relação com animais, nomeadamente pardais, piscos,e pombos. Isto porque, já desde a época de Inês de Castro, tanto princesas como wannabes têm a natureza como sua confidente. 

"When you smile and you sing, everything is in tune and it's spring "


Cantar para animais domésticos é de pobre. Não queiram. Arranjem melhor. Animais selvagens dão mais estatuto. É importante que estes cantem connosco. Com sorte, acordaremos de manhã com animais no quarto (incluindo um veado à janela sustentando a nossa toalha de banho nas suas hastes) para começarmos o dia da melhor maneira, cantando em conjunto.

Mas atenção: cantar com animais selvagens pode ser perigoso! Alguns não sabem cantar e podem estragar a sintonia. Se assim for, sai à rua e canta para as pessoas. Passeia pela cidade. Empurra, abana, abraça, beija desconhecidos. Dança em postes, feiras, estradas e descampados. Tudo é válido. 


Who am I

Sou uma princesa que vive num reino encantado em Lisboa. No castelo que habito vivem mais três princesas e ainda um fantasma chamado Toby que gosta muito de nos pregar partidas. É o único que usufrui de todos os direitos sem pagar um único cêntimo de renda, sendo que ainda tem a vantagem de poder ver as princesas a tomar banho sem que a sua presença seja notada...mas elas sabem sempre quando isso acontece porque de vez em quando o chuveiro fica a pingar mais que o costume.


Para combater a desordem do reino, existe o Pleno. Trata-se de um documento oficial onde estão incluídas todas as tarefas que as princesas devem executar em determinada semana, tais como: levantar-se cedo para cantar aos pardais e melros que vagueiam nos jardins reais; apanhar maçãs para o pequeno-almoço das restantes princesas; adornar roupa que já não usam com tachas e lantejoulas, com a ajuda de ratinhos; fazer um dueto com um desconhecido pelas ruas de Lisboa, etc.



Mas não se pense que a vida das princesas é só trabalho! Nos seus tempos livres costumam fazer presenças não remuneradas no Palácio Superior de Educação Real e Social, onde por vezes também têm aulas que visam aperfeiçoar as suas técnicas para utilizar futuramente em acções juntos dos plebeus. 



O castelo é muitas vezes visitado pela nobreza do reino, que comparece quer a banquetes reais no salão principal, quer para admirar a beleza invejável das princesas (que ganharam o prémio 2012 Princess Beauty Award of Ameixoeira and Surroundings).


Não seja Urso!




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Post-it

"Nunca pensei que um simples papel me fizesse sentir tão realizada. Já não me imagino a sair de casa sem tomar o pequeno-almoço e deixar uma pequena mensagem às restantes princesas do reino encantado. É como se tivesse nascido para este fim: espalhar post-its. A sua aderência encanta-me. A sua simplicidade fascina-me. Deixaram de ser um mero meio de lembretes e recados e passaram a ser algo que me caracteriza. Sou a princesa dos cabelos doces e dos post-its (a parte dos cabelos doces é da autoria de outra princesa, não tenho nada a ver com isso), muito prazer! Podia ter-me dado para pior...podia começar a cantar músicas líricas a torto e a direito ou a comer ovos como se não houvesse amanhã. Mas não! Eu espalho post-its."